terça-feira, 24 de outubro de 2006

Porto de abrigo

Onde estás?
Tu, que és o meu porto de abrigo
Qual o caminho a seguir
Para chegar a ti?
Como saio deste denso nevoeiro
Que se assoma perante o meu desejo
De chegar a esse lugar
Que me quer fazer voltar para trás
Que, por força, não me deixa ir ter contigo
Mas que não me impede, nunca, de sentir
Que, onde quero estar, é aí
A pousar a cabeça no teu travesseiro
E a sorrir ao sentir a força de um beijo
E por fim, fechar os olhos e descansar

Promessa adiada

Que merda de vida
Que depressa te chega a morte
Que merda de morte
Que chegas sem ser chamada
Que encarnas a esperança perdida
Não achas que devias ter melhor sorte?
Vive… vive mais, ó morte
Antes que à tua volta só tenhas… o nada
Que merda de vida
Que depressa chegas a morte
Que depressa te deixas perder o norte
E de tão desnorteada
Te esqueces de ser a vida prometida
E não passas de uma promessa adiada

sábado, 21 de outubro de 2006

A tua beleza

A tua beleza reside no desejo
De te ter aqui de alma despida
Repousando no meu corpo disforme
Depois de a ternura de um beijo
E depois de um momento de uma vida
Assoma-se uma angústia que me consome
Porque não é sempre assim que te vejo
Como parte de uma vida meio perdida
De um ser que não reconhece o seu nome

Quero saber

Não quero saber o que fazes
O que fizeste
Ou o que vais fazer
Só quero saber quem és
Quem foste
E quem queres ser
Não quero saber onde estás
De onde vieste
Ou para onde tens que ir
Só quero saber o que sentes
O que sentiste
E o que queres sentir
Quero saber como sorris
Como sorriste
E o que te vai fazer sorrir
Não quero saber o que tens
O que tiveste
Ou o que vais ter
Só quero saber o que queres
O que quiseste
E o que vais querer
Só quero saber o quanto vives
O quanto viveste
E o quanto queres viver
Só quero saber o que pensas
O que pensaste
E o que vais pensar
Só quero saber o que sonhas
O que sonhaste
E o que vais sonhar
Não quero saber por quem esperaste
Só quero saber o que esperas
Por quem esperas
E como te esperar…

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Vem comigo

Vem… vem comigo
Vem ao meu mundo
Vem brincar, vem sonhar
Vem pular, vem amar
Vem nadar neste oceano fundo
Onde nada te vai prender
Vem… vem comigo
Vem ser o que quiseres ser
Aqui, nada será como antes
Vem, deixa-me estar contigo
Vem, antes que seja tarde
Antes que seja noite escura
Antes que te perca nos instantes
Vem… vem ao meu mundo
Vem… traz toda a tua vontade
Vem libertar o que ela sente
Antes que te a façam perder
Não a deixes sentir saudade
Antes que encontrem a cura
Para os devaneios constantes
Para o vício de sonhar
Será loucura?
Se sim, de louco me podem chamar
Porque eu não vou parar!
Vem… vem comigo
Vem ao meu mundo
E aqui irás perceber
Todas as razões do meu ser
E porque quero tanto estar contigo

Na noite

Sigo este caminho na noite escura
Sigo uma estrela, uma luz, um destino
Será um sonho o teu rosto cintilante?
Será um fado ou uma aventura,
O que me espera no final do caminho?
Não sei… só sei que é um lugar distante
Na noite vou em busca da loucura
Da euforia, da liberdade, do divino
E de tocar os teus lábios por um instante
E sigo este caminho na noite escura
Sigo a estrela, a luz, o destino
No meu sonho, és deslumbrante

Temporal

Chove a potes na minha rua
E eu não quero saber
Desço as escadas a correr
Quero sentir essa água celestial
Senti-la a escorrer na minha cara
Quero absorver intensamente
O cheiro da terra molhada
Como se fosse o da tua pele nua
Quando chegas ao entardecer
Para mais uma noite de prazer
Vem chuva, vem! Não faz nenhum mal
Cai sobre esta alma que se declara
E que se diz constantemente
Ser, de te amar, a única culpada
E que no final, foi sempre tua
Chova aquilo que chover
Faça-se aquilo que se fizer
Resiste a qualquer temporal
E a toda esta água que não pára
De tentar, persistente
Levar o cheiro da tua pele perfumada

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Vida perdida

Cheguei aqui
À porta deste teatro
Da representação de uma vida
Mas o espectáculo foi cancelado
Não tem continuação
Foi, simplesmente, anulado
Por falta da principal personagem
Por falta de si
Há um vazio neste retrato
Uma vida meio perdida
Mas para sempre será lembrado
No bater do nosso coração
Que bate esperançado
Em ser melhor o dia que por aí vem

Prometes?

Promete que me dás um segundo
Prometes?
Promete que não me deixas aqui
Promete!
Que não fico sozinho, perdido
Agarrado a esta vida,
Inerte
Prometes?
Promete que não me deixas ir ao fundo
E que me agarras e colas a ti
Prometes?
Que me dás algum sentido
E que nunca haverá uma despedida
Promete!

Um desejo

Que te invada a liberdade
Para realizares os teus desejos
Que os sonhos te quebrem as barreiras
Para poderes voar
Que possas percorrer todos os lugares
Que a tua imaginação já conheceu
Que sejas o que queres ser de verdade
Que distribuas a tua alegria nos teus beijos
Por todo o lado, por quem queiras
Que sintas toda a vontade de amar
Sem nunca te confrontares
Com a dor de nunca encontrares o que é teu

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Mão na mão

Na sombra dos dias vivo de encanto
Na luz das manhãs vivo a saudade
No silêncio do escuro, escuto outro canto
Longe, tão longe que nem parece realidade

Sim, é verdade… de um sonho não passa
De um mito, de um vulto, uma ilusão
Mas o sorriso é real e tem a sua graça
E eu, fico aqui… com a minha mão na tua mão

Parte incerta

Outro caminho desejei seguir… um dia
Outra vida, outro percurso sinuoso
De incerteza, de alegria, de paixão
De desejos, de sorrisos, de descoberta
Caminho esse que jamais seguiria
Sem a ajuda do impulso misterioso
Que me empurra, puxa e dá a mão
Que me guia até parte incerta

Sombra

Este sol torra-me a massa cinzenta
Turva-me a vista, não consigo ver
Não sei pensar em mais nada
Não consigo distinguir o caminho verdadeiro
A minha imaginação nada mais inventa
Na caneta já nem tinta há para escrever
Simplesmente, mantenho-a tapada
E não vou procurar outro tinteiro
E na sombra, minha alma está sedenta
De te ouvir antes de anoitecer
Não posso… ela sente-se algemada
Por este ser de luz… o primeiro

Dúvida

Não sossegam, as ondas deste mar
O espírito que contradiz a razão
Oiço vozes constantes e divergentes
Não é justo o que fazes comigo
Oh dúvida, que não permites descansar
Não consigo negar-te atenção
E satisfazer os desejos mais prementes
De estar aqui, na paz… contigo

Janela fechada

Olho pela janela… vejo lágrimas
Tantas como do lado de dentro
Olho e vejo o mundo a desvanecer
E procuro consolo nestas rimas
Não quero que sejam de lamento
Mas sei que vão parecer

Olho pela janela… está escuro lá fora
Mas não mais do que nesta sala
Cheia de nada… completamente vazia
Nem uma alma sã está por aqui agora
Abro a janela, mas… obrigo-me a fechá-la
Tento sair, mas… sem coragem não o faria

Não sou

Não sou quem esperam
Não sou!
Não sou o filho pródigo
Nem especial
Sou apenas outro entre iguais
Não sou a esperança que acalentam
Muito menos a que, na vida, restou
Nem sempre cumpro o código
E nem por isso me sinto mal
Não sou diferente dos demais
Nem quero ser
Não sou a obra-prima de ninguém
Não sou exemplo de nada
Ah, e não sou perfeito, também
E não tenho a vida planeada
Sou o que sou
E é com isso que quero viver

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Não!

Mas o que é isto?
O que é isto que me cresce nas entranhas
Que não pára de me inquietar
E de me puxar para bem longe daqui
Não sei porque persisto
Neste caminho de farsas e artimanhas
De esquemas e canções de embalar
Que tempo precioso eu já perdi!

Serão sempre assim os meus dias?
Ter que conviver com injustiças
Sem nada poder dizer
Sem poder mostrar indignação
Por sermos todos catalogados por categorias
Sem podermos questionar as premissas
Que nos impõem, “porque assim tem que ser!”
Está na hora… na hora de dizer: Não!

Transparência

Numa sala cheia de gente
Sinto-me invisível… transparente
Passam através de mim
Falam coisas de mim
E eu estou lá… mas não estou
Sinto-me ausente
No meio desta gente
Estou farto de me ver assim
Quero a tudo isto colocar um fim!
Deixar de ser algo que não sou

Adeus? Não…

Adeus… uma palavra sem sentido
Adeus… vou apagá-la do dicionário
Para que nunca a tenha que te dizer
Para que nunca me seja dita a mim
Adeus? Não… é demasiado sofrido
Adeus… não é do meu vocabulário
Nem se tiver mesmo que ser
Porque o meu adeus não é assim

A tua luz…?

Vejo alguma tristeza na tua expressão
Os teus olhos não brilham com a mesma intensidade
Talvez seja só minha impressão
Mas, em ti, não vislumbro a mesma luminosidade

È muito mais difícil ver-te sorrir agora
Não sei o que te impede de o fazer
E preciso de saber sem qualquer demora
Para, de ti, afastar essa razão de ser

Olha-me nos olhos e conta-me a tua história
Diz-me de onde vens e para onde queres ir
Dá-me uma razão para reter em minha memória
Tudo aquilo que és e o que me fazes sentir

Quero mais

Que dia mais estupidificante
Horas passadas com sacrifício
Que tempo mais irrelevante
Passo aqui, perdido neste ofício

Quero mais, quero viver mais
Outras conquistas, devo procurar
Ainda que me possam ser fatais
Arrisco tudo, antes de definhar

O que fazer?

O que fazer,
quando estamos onde não queremos?
Quando queremos ver aquilo que não vemos…
O que fazer,
quando falamos sem vontade?
Quando escondemos o que sentimos de verdade…
O que fazer?
Pergunto eu, sem saber
O que mais fazer para me afastar deste meu ser…
O que fazer,
para fugir desta imposta realidade?
Quando o que desejamos é apenas, simplicidade…
O que fazer,
para calar quem não queremos ouvir?
Quando o que queremos é paz e liberdade sentir...
O que fazer,
para sermos apenas o que somos?
Quando exigem de nós o que nunca fomos…
Sinceramente,
não sei o que fazer…
A não ser ter a força de viver intensamente!

Higher level (words for my little girl)

Move faster
Go out there and show your soul
Your strength, your energy
Your will to live… free!
More than ever, you are stronger
Go on, seek for your goal
Reach the higher level… be happy
And let everyone see

Não vás sem mim

Não cores, sou apenas… eu
Não desvies o olhar
Sim, esse olhar que é pecado meu

Não fujas, sou apenas… eu
Não finjas ignorar
Sim, confesso o Amor que ocorreu

Não vás, sou apenas… eu
Não aceleres o andar
Sim, sigo esse caminho teu

Folha rasgada

Apetece-me escrever, escrever, rascunhar
Apetece-me falar, falar, gritar
Porque ainda não te disse tudo
Porque ainda não te disse nada
Estou quase a explodir, a rebentar
De não mais conseguir parar
De soltar este grande grito mudo
Grito de uma voz cansada
Que a nenhum lado consegue chegar
Cujo destino não consegue alcançar
Faço sucessivas tentativas e contudo
Não passo de uma folha rasgada
Que não consigo voltar a colar
Que não consigo fazer-te chegar

Até amanhã

Até Amanhã…
Nove letras de esperança renovada
Numa nova alma, num novo dia
Absorvo intensamente o ar da manhã
Purificando a dor da noite passada
Dor que há muito não sentia

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Olhar

Na tua expressão vejo um mundo
De desejos e sonhos por realizar
Nesse teu olhar intenso e profundo
Encontro uma força de encantar

Não sei que mais possa fazer
Para o teu sorriso eternizar
Certo é que não o vou esquecer
Pois mais belo não vou encontrar

domingo, 8 de outubro de 2006

Verão

O teu ser ilumina-me como o sol do Verão
O teu corpo solta o perfume das flores
A tua voz ofusca a mais bela composição
Nos teus olhos vejo reflexos de mil cores

A tua silhueta é como uma paisagem
De colinas amenas e verdejantes
Onde um dia sonhei estar de passagem
Onde nada seria como fora antes

Neste Verão imaginário
Tudo se pode tornar realidade
Tu, ali, comigo, no mais belo cenário
Por entre suspiros de cumplicidade

Distância

Não sei o porquê desta distância
Mas sei que não vai encurtar
Não sei o porquê deste medo
Porque não consigo eu falar?
Sinto no ar a tua fragrância
A tua presença, eu anseio respirar
Mas isso, será sempre o meu segredo
Que a ninguém irei confidenciar…

Penteado

O cabelo apanhado
Deixa perceber as tuas faces rubras
A franja cai negligente
Sobre a testa… mal esconde um olhar
(Adoro ver-te esse penteado)
De olhos escuros como pérolas negras
Que desejo encarar de frente
E com o meu espírito, ao de leve, tocar

sábado, 7 de outubro de 2006

Sudoeste


Na planície amarela, numa destas madrugadas
Sob um manto negro com estrelas pintadas
Por entre corpos quentes por aí a pular e a viajar
Num relvado de carne humana a vegetar
Dedilho as cordas da minha guitarra mágica
Com a imaginativa arte de um genial pintor
Que pincela na atmosfera como um compositor
Sons que flúem pelas mentes alucinadas
Numa brisa de sudoeste que traz vida em lufadas
Como se o amanhã nunca nos fosse encontrar
Inspirado no som longínquo das ondas do mar
Encontro no final desta noite nostálgica
A melhor canção do mundo para eu compor
É para ti e é uma grande canção de amor

O meu norte é o teu Ser

Contigo em pensamento
Sigo ao sabor da vida
Dobrando esquinas de prazer;
Com o teu nome escrito em todo lado
Percorro as ruas do contentamento
E proclamo a emoção sentida;
O meu norte é o teu ser
E jamais me sentirei perdido
Dentro deste sentimento;
Sigo ao sabor da vida
Procuro ao entardecer
Alguma alegria no meu fado;
E encontro, sem tormento
A emoção que julgava perdida
E o norte, que é o teu ser…

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Paisagem


Ontem vi nos teus olhos… o mar
Estava calmo, sem qualquer oscilação
Era o mar ou uma paisagem sossegada
Não sei…
Mas deu-me vontade de lá estar
Só, não irei…
Iremos os dois, se me deres a tua mão…
É uma visão encantada…
Apenas uma visão sonhada

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Estás aqui

Para mostrar o meu Amor
Seria preciso o tempo do mundo
Mas basta uma flor
Para o sentires lá bem fundo
Uma flor, de pétala cremosa
Aquela flor tão bela
É uma rosa
Uma rosa amarela

Estar perto de ti, assim
Mostrar o que, por ti, vivo
Olhar teus olhos de marfim
Ser do Amor, o mais fiel servo
Sentir o teu toque, o teu calor
Tão perto, tão junto
Não poderá isso ser Amor?
Nem sei porque pergunto

Pensar em ti todos os dias
Ouvir a tua voz todos os minutos
Sentir porque sorrias
Deve ser desejo de muitos
Mas no meu coração
A batida é verdadeira
Sei que não te amarão
Pelo menos, desta maneira

Viagem

Não sei que mais posso fazer
Estou cansado de falar
Cansado de querer
O teu sentimento mudar
É mentira, mentira
Nunca isso será verdade
Jamais sentirei ira
Por chocar com a realidade
É difícil amar
Também o é ser amado
Muito mais do que calar
Vou mandar-te um recado
Simples, de palavras ocas
Pois se escrever: querer, amar
Serão palavras roucas
De tantas vezes as repisar
Não te quero perder
Não me quero amargurar
Apenas queria poder
Na tua mão segurar
Levar-te àquele lugar
Onde as pessoas brilham
Onde não é proibido amar
Lá onde as pessoas cantam
Devo estar a sonhar
O que mais posso fazer?
É a única forma de te amar
Mesmo sem o teu querer

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Perdido

Aqui deitado, no escuro
Escrevendo palavras sem sentido
Se não leres, não te censuro
Estou apenas perdido
Não sei que fazer
Só em ti consigo pensar
E naquela noite de prazer
Naquela forma de te amar
Gostava de um dia
Ao teu lado relembrar
Tudo o que queria
Para sempre eternizar
Para o tempo, parar!
Continuar ali a olhar
A tua face, os teus olhos, a tua boca
Que sem nunca se pronunciar
Faz da minha vida, uma coisa louca
Loucura, paixão, Amor
Qual será a diferença?
Neste momento apenas uma dor
Uma dor de ameaça
A minha alma, a minha razão
Se não te posso amar
Para que serve então?!
Se todo o mundo parar
Poderás então ouvir
O meu coração a palpitar
De sentir, sentir, sentir...

Quando não vens...

Quando não vens…
Sinto um vazio
Que é mais, muito mais do que o escuro
Que os meus braços doem tanto por não ter
O teu corpo neles a repousar
E se não tens…
Forma de vir
Faço tudo p’ra poder saltar o muro
Que separa a minha vista do teu ser
Que me impede de, na tua mão, segurar
Que transforma o meu coração num baldio
Esperando só por ti sentir
Sentindo só por ti Amor
E que tu poderás ocupar
Aquecendo seu frio com teu calor
Se não respondes…
É a tristeza que perdura
É o procurar de uma voz amada
Como que de uma esperança de felicidade
É o faltar de um rosto de ternura
Se não sorris…
Invades a minha alma de emoção
Que me faz revoltar toda a cidade
Em busca da vida por ti sonhada
Mas quando chegas…
Afastam-se as trevas e o horror
Tudo se ergue muito brilhante
Nasce o Sol do meu dia, da minha vida
E se na minha mão pegas
Sinto a leveza de uma flor
E mesmo que seja por um instante
Toda a paixão já foi sentida