terça-feira, 10 de outubro de 2006

Folha rasgada

Apetece-me escrever, escrever, rascunhar
Apetece-me falar, falar, gritar
Porque ainda não te disse tudo
Porque ainda não te disse nada
Estou quase a explodir, a rebentar
De não mais conseguir parar
De soltar este grande grito mudo
Grito de uma voz cansada
Que a nenhum lado consegue chegar
Cujo destino não consegue alcançar
Faço sucessivas tentativas e contudo
Não passo de uma folha rasgada
Que não consigo voltar a colar
Que não consigo fazer-te chegar