sexta-feira, 28 de março de 2008

Choose Love...

Rita Redshoes

quinta-feira, 27 de março de 2008

Seguimos...

E seguimos,
reduzidos à ilusão de um dia que nasceu depois de uma noite a transbordar de sonhos e de imagens de todas as cores.
Seguimos,
fracos, em tristeza, enquanto o tempo nos escorre por entre os dedos e o presente sistematicamente se transforma num futuro feito apenas de palavras breves e sons vagos.
E os passos,
pesados, arrastados pelo chão deixam profundos rasgos, cheios pela angústia de não conseguirmos ser mais coisas e do vazio de não conseguirmos ser maiores,
Porque repetidamente, não somos mais do que uma sombra, mancha pintada de cinzento-escuro, reflexo de nós próprios, escondidos atrás dos raios de luz de um sol que morre todos os dias no mesmo lugar.
E seguimos...
Mesmo que todas as mensagens passem com a clareza e com a beleza extrema da simplicidade, através da transparência de um último olhar,
(e nem a lua nem as estrelas conseguem ser assim tão brilhantes)
seguimos por não encontrarmos a força suficiente para inspirar toda a vontade que nos inunda a alma de desejos imensos e lugares distantes,
(e de longos e quentes abraços).
Seguimos, outro e outro dia, sem sabermos como falar...
Seguimos, outro e outro dia, carregando em nós o maior pretexto para voltar.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Hoje

Nem frio, nem quente
Nem claro, nem escuro
Nem transparente
Apenas baço.
Nem preto, nem branco
Apenas cinzento.
Nem não, nem sim
Apenas talvez.
Nem pouco, nem muito
Apenas coisa e tal.
Nem feio, nem bonito
Apenas indiferente.
Nem tudo, nem nada
Nem nunca, nem sempre
Apenas o suficiente,
Uma ou outra vez.
Nem pequeno, nem grande
Nem terra, nem céu
Nem preso, nem livre
Nem forte, nem fraco
Preciso tanto do teu abraço.
Nem alegria, nem tristeza
Nem dúvida, nem certeza
Apenas palavras.
Nem paisagem, nem retrato
Apenas esboço.
Apenas traço,
Fino traço.
Nem vazio, nem cheio
Apenas meio.
Nem seco, nem molhado
Nem aberto, nem fechado
Nem bem, nem mal
Apenas assim-assim.
Nem longo, nem breve
Nem segundo, nem minuto
Nem hora
Apenas momento.
Apenas instante.
Nem longe, nem perto
Nem distante
Nem rápido, nem lento
Nem silêncio, nem grito
Apenas sussurro.
Nem passado, nem futuro
Apenas presente.
Apenas hoje.
Apenas agora.
Nem simples, nem complicado
Apenas eu.

sexta-feira, 14 de março de 2008

O teu passar

O mundo pára a olhar para ti... em contemplação... não te apercebes, mas o mundo pára a olhar para ti... ou pelo menos, o meu mundo pára... em admiração... nada à minha volta, e à tua, faz o mais tímido e breve movimento enquanto tu passas... e os meus sentidos ficam completamente presos a ti... enquanto o teu passar me toca por dentro, ao de leve e me aquece o coração...

quinta-feira, 13 de março de 2008

She



She
(Interpretação: Elvis Costello)
(Composição: Charles Aznavour and Herbert Kretzmer)


She
May be the face I can't forget.
A trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay.
She may be the song that summer sings.
May be the chill that autumn brings.
May be a hundred different things
Within the measure of a day.

She
May be the beauty or the beast.
May be the famine or the feast.
May turn each day into a heaven or a hell.
She may be the mirror of my dreams.
A smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell

She who always seems so happy in a crowd.
Whose eyes can be so private and so proud
No one's allowed to see them when they cry.
She may be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past.
That I'll remember till the day I die

She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough and ready years
Me I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is

She, she, she

sexta-feira, 7 de março de 2008

Silêncios

In silenzio nel blu por Alessandra Rosini

Leio, ao pormenor, todas as tuas palavras, sons quase despercebidos,
em discurso intermitente...
Oiço-os atentamente,
Devoro todos os silêncios, que nos rodeiam, que nos envolvem em cerimoniosa cumplicidade...
Conheço-os de cor...
Percorro todos os espaços em branco por eles preenchidos,
e espremo-os para deles beber sofregamente o sumo da vida,
gota a gota de sangue que me corre nas veias,
transbordante vontade,
pressão desmedida dentro do peito, a romper a carne em investidas persistentes,
na tentativa de te alcançar:
É a boca a querer falar,
É a língua a querer beijar,
É o corpo a querer o quente,
É a alma a querer rasgar o vazio dos teus braços ausentes,
É o medo de te ver a desvanecer no meu tempo, despojado de ideias,
É o medo de te sentir perdida...
É a dor...,
a maior dor, que a distância insiste em prolongar...
É o silêncio em que te confesso todo o amor...