quinta-feira, 27 de março de 2008

Seguimos...

E seguimos,
reduzidos à ilusão de um dia que nasceu depois de uma noite a transbordar de sonhos e de imagens de todas as cores.
Seguimos,
fracos, em tristeza, enquanto o tempo nos escorre por entre os dedos e o presente sistematicamente se transforma num futuro feito apenas de palavras breves e sons vagos.
E os passos,
pesados, arrastados pelo chão deixam profundos rasgos, cheios pela angústia de não conseguirmos ser mais coisas e do vazio de não conseguirmos ser maiores,
Porque repetidamente, não somos mais do que uma sombra, mancha pintada de cinzento-escuro, reflexo de nós próprios, escondidos atrás dos raios de luz de um sol que morre todos os dias no mesmo lugar.
E seguimos...
Mesmo que todas as mensagens passem com a clareza e com a beleza extrema da simplicidade, através da transparência de um último olhar,
(e nem a lua nem as estrelas conseguem ser assim tão brilhantes)
seguimos por não encontrarmos a força suficiente para inspirar toda a vontade que nos inunda a alma de desejos imensos e lugares distantes,
(e de longos e quentes abraços).
Seguimos, outro e outro dia, sem sabermos como falar...
Seguimos, outro e outro dia, carregando em nós o maior pretexto para voltar.