quinta-feira, 26 de julho de 2007

Distância (2º acto)

[...] o ambiente ficou pesado e triste... mas ele não sabia o que fazer e eu disse que o melhor seria não nos vermos, pois já se sabia o que acontecia. E ia evitar falar com ele agora também... Ele ficou triste e disse que não me queria ver triste, porque assim ainda ficava mais! Mas é o melhor [...]

(excerto de uma história que ainda não acabou de ser escrita... e que ainda pode ser bonita)


A distância não é cura para nada!
Não apaga memórias nem esconde a vontade.
O silêncio, só sabe acentuar o bater do coração
E a falta que faz o toque de uma mão.
O escuro, apenas consegue libertar mais o pensamento
E recorrentemente, trazer uma lembrança de saudade.
A distância não é melhor que essa dor exacerbada,
Por se ser tudo e pensar que não se é nada.
A ausência, não provoca qualquer noção de realidade,
Pois que o sentimento maior, não se mede pela razão,
Nem o desejo é limitado por uma qualquer dimensão.
A distância é medo de enfrentar o momento,
Em que o dia se pinta em tons da mais pura verdade.
É medo de voar mais alto do que a vida cansada,
De ver fugir um olhar, a troco de quase nada.
A distância é comodidade.
É ir e nunca mais voltar.
É desculpa para parar de procurar a suprema liberdade.
É vazio, é a falta de um corpo, de uns braços para morar,
De um porto de abrigo numa noite gelada.
É o grito mudo que suplica por uma presença desejada,
Por um beijo repleto de paixão…
Que nunca se vê chegar…
E dói, como uma agulha, na pele, cravada
A distância é silêncio… é ausência… é escuridão