As horas que passaste em mim
No reboliço da cidade, um instante de paz trouxe-me a ti.
Fui conduzido por um inexplicável pressentimento que me fez andar, sem descanso. De alguma forma, eu soube que te ia encontrar.
Percorri um caminho que parecia não ter fim e ainda que, por vezes, me tivesse sentido meio perdido, não desisti.
Atravessei a multidão que, naquele dia, parecia andar em sentido contrário, como se todas as pessoas se tivessem unido para não me deixar continuar. Mas não desisti.
Abri o meu caminho com a força do sentimento, mesmo que durante o percurso, diversas fossem as vozes a chamar pelo meu nome, em sucessivas tentativas de me fazer olhar para trás. Mas não olhei, porque te queria alcançar.
E nesse dia, consegui.
Estavas parada e observavas o infinito. Aproximei-me devagar para não desviar o teu olhar, mas sei que sentiste a minha presença. O meu respirar.
Olá.
Olá. Estava à tua espera. Já não era sem tempo.
Eu sei. Senti a tua mão estendida. Nada mais quero do que segurá-la. Posso? Só por um momento…
Está bem. Mas promete que não apenas por um momento…
E iluminaste-me com o teu sorriso.
Pelas horas desse dia, as palavras fluíram com a mesma vontade que um rio de água pura tem para chegar ao seu mar.
Falámos do tudo e do nada. Falámos de nós e dos outros. De histórias presentes, de histórias passadas.
Passeámos pelo verde, rodeados pela primavera de todas as cores.
Olhámos o sol de frente, banhados pelo perfume das flores.
Sempre lado a lado. E sem resistir ao impulso, demos por nós de mãos dadas.
Os dedos entrelaçados, perfeitamente encaixados, ligaram a nossa existência. E naquele lugar, nada mais foi preciso.
Tudo estava no sítio certo. No tempo certo.
As horas passaram a uma velocidade alucinante, ao ritmo do bater nos nossos corações.
As horas passaram e a imagem projectada pelos teus olhos, eternizou-se em mim.
As horas passaram e trouxeram o inevitável pôr-do-sol. O inevitável regresso ao ponto de partida.
Olhei-te nos olhos mais uma vez, pouco antes do nosso dia chegar ao fim.
Embargaram-se de lágrimas todas as palavras que te queria dizer antes de seguirmos. E soltou-se um desajeitado beijo, na despedida.
Pouco para a dimensão do desejo. Imenso para os despertar das mais sublimes sensações.
Parti em busca do azul. O grande azul. E encontrei.
Na recordação levei as horas que passei contigo. As horas que passaste em mim.
Ainda gritei o teu nome, de peito aberto.
E do fundo da alma, uma voz suave segredou-me ao ouvido: Eu sei… e dessas horas, nunca mais me esquecerei…
Fui conduzido por um inexplicável pressentimento que me fez andar, sem descanso. De alguma forma, eu soube que te ia encontrar.
Percorri um caminho que parecia não ter fim e ainda que, por vezes, me tivesse sentido meio perdido, não desisti.
Atravessei a multidão que, naquele dia, parecia andar em sentido contrário, como se todas as pessoas se tivessem unido para não me deixar continuar. Mas não desisti.
Abri o meu caminho com a força do sentimento, mesmo que durante o percurso, diversas fossem as vozes a chamar pelo meu nome, em sucessivas tentativas de me fazer olhar para trás. Mas não olhei, porque te queria alcançar.
E nesse dia, consegui.
Estavas parada e observavas o infinito. Aproximei-me devagar para não desviar o teu olhar, mas sei que sentiste a minha presença. O meu respirar.
Olá.
Olá. Estava à tua espera. Já não era sem tempo.
Eu sei. Senti a tua mão estendida. Nada mais quero do que segurá-la. Posso? Só por um momento…
Está bem. Mas promete que não apenas por um momento…
E iluminaste-me com o teu sorriso.
Pelas horas desse dia, as palavras fluíram com a mesma vontade que um rio de água pura tem para chegar ao seu mar.
Falámos do tudo e do nada. Falámos de nós e dos outros. De histórias presentes, de histórias passadas.
Passeámos pelo verde, rodeados pela primavera de todas as cores.
Olhámos o sol de frente, banhados pelo perfume das flores.
Sempre lado a lado. E sem resistir ao impulso, demos por nós de mãos dadas.
Os dedos entrelaçados, perfeitamente encaixados, ligaram a nossa existência. E naquele lugar, nada mais foi preciso.
Tudo estava no sítio certo. No tempo certo.
As horas passaram a uma velocidade alucinante, ao ritmo do bater nos nossos corações.
As horas passaram e a imagem projectada pelos teus olhos, eternizou-se em mim.
As horas passaram e trouxeram o inevitável pôr-do-sol. O inevitável regresso ao ponto de partida.
Olhei-te nos olhos mais uma vez, pouco antes do nosso dia chegar ao fim.
Embargaram-se de lágrimas todas as palavras que te queria dizer antes de seguirmos. E soltou-se um desajeitado beijo, na despedida.
Pouco para a dimensão do desejo. Imenso para os despertar das mais sublimes sensações.
Parti em busca do azul. O grande azul. E encontrei.
Na recordação levei as horas que passei contigo. As horas que passaste em mim.
Ainda gritei o teu nome, de peito aberto.
E do fundo da alma, uma voz suave segredou-me ao ouvido: Eu sei… e dessas horas, nunca mais me esquecerei…
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