quarta-feira, 4 de julho de 2007

Infinitamente azul

Para além deste azul, há outro azul ainda maior. Uma cor de luz. Uma luz de paz.
Há outra terra, outro mundo, onde não nos chamam coisas que não queremos ser.
Onde o vento sussurra o nosso nome em uníssono com o som da folhagem das árvores, enquanto vai ondulando a relva verde da esperança que temos que o tempo apenas passe devagar.
Para além deste azul, há outro azul. O azul pintado no céu de um dia maior. Maior do que todos os mares e todas as montanhas, porque é feito de sonhos.
E os sonhos são infinitamente maiores do que tudo o resto que nos rodeia.
Os sonhos são feitos de fotografias coladas às paredes da memória, que as vai juntando e delas cria um filme com apenas duas personagens. Infinitamente ligadas.
E apenas duas são as personagens desse filme, porque tirando as árvores, nada mais o azul desse céu reflecte no chão. O chão coberto dessa relva verde da esperança que temos que o tempo apenas passe devagar.
Para além deste azul, há outro azul ainda mais azul. Tão azul, que nele apetece mergulhar de cabeça, como nos sonhos, em que tudo é possível. Tão belo, que infinitas vezes me faz pensar em voltar para trás.
Que me prende a um universo onde não nos chamam coisas que não queremos ser. Onde não temos coisas que não queremos ter. Onde as vontades se entregam à brisa da tarde e se mostram para nunca mais terem que se esconder.
Para além deste azul, há um outro azul reflectido vezes sem conta no meu olhar. Porque dele, não o consigo desviar.
E a pretexto de o contemplar, abro a porta de entrada para uma infinita forma de estar. Para uma especial forma de amar, que encontrei, perdida, na profundidade dos teus olhos.
Para além deste azul, há um azul intenso de sentir. Há uma mão estendida na minha direcção que me agarra a vida com intensidade e me puxa com a magia da lua cheia.
Há um beijo. Um infinito beijo. Há um toque na pele. Um infinito toque na pele. Há duas almas. E apenas duas. Infinitamente ligadas.
Para além deste azul, há outro azul. O azul de uma outra água. Água de um outro mar, reflectido no brilho escuro do teu infinito olhar.