Louco
Muito provavelmente!
Talvez um pouco.
Para não dizer, completamente.
Mas mesmo na loucura, encontro uma razão
Para te dizer tudo o que digo
Para tocar ao de leve na tua mão
Mesmo quando não estou contigo
Sou louco, quando sorrio sozinho
Ou quando aceito os teus convites em entrelinhas
Sou louco, quando fico no meu cantinho
A sonhar com vidas que não são minhas
Sou louco, quando quero ser maior do que o mundo
Quando quero ter-te só para mim
Agarrado a um sentimento profundo
Que nos teus olhos parece não ter fim
Sou louco, quando da tua palavra faço uma história
Quando do teu gesto faço uma longa-metragem
E quando te guardo nos recantos da memória
Para te levar quando parto em viagem
Sou louco, quando quero abraçar as estrelas
Quando faço do teu azul o meu mar
E das nuvens as minhas caravelas
Para todos os teus sonhos navegar
Sou louco, quando te escrevo tudo o que não devo escrever
Quando te falo tudo o que não devo falar
Mas se tudo isso é o que te quero dizer
Porque haveria eu de me calar?
Sou louco, quando te pinto um quadro de mil cores
Ou a saudade de um encontro fugaz
Num relvado perfumado pelas flores
Onde um dia te ofereci uma mão cheia de paz
Sou louco, quando em dias de tempestade
Saio à rua para dançar com a chuva
E quando ao som do trovão canto a minha vontade
É um adjectivo que me assenta como uma luva
Sou louco, sim. Digo palavras sem sentido
Descrevo lugares distantes que nunca vi
Na realidade, ando meio perdido
Prefiro imaginar o caminho para chegar a ti
Sou louco, está bem. Podem olhar-me de lado
Podem até rir-se das palavras que escrevo
Pouco me importa. Não me sinto nada abalado,
Se comigo, a lembrança dos teus olhos, levo
Serei eu, então o louco?
Por querer encontrar tudo o que te faz sorrir?
Talvez. Talvez seja um pouco.
Mas mais louco seria quem não te fizesse sentir…
Sentir… verbo invocado apenas por loucos
Dizem os amantes da razão desmedida
Não sabem eles que são muito poucos
Os que ainda não provaram dessa poção apetecida
Pois, sou louco, com toda a certeza
Porque te quero prender em meus braços e voar
Vem, que eu seguro-te com firmeza
Voaremos pelo sonho até a manhã raiar
E com tudo isto, chego à conclusão
Que sofro mesmo de loucura
Outros sábios a chamam de paixão
E essa, é uma doença que não tem cura
Pois então, a ser louco estou condenado
Dos dias de hoje até à eternidade
Não faz mal. Não é nenhum triste fado
Mas sim a música com a mais bela sonoridade
2 Comments:
Mais um poema lindo. Penso que daria uma bela canção.
UM abraçao
www.ramotisalive.blogspot.com
Rir das palavras que escreves??? rirão os tontos e ignorantes...que não entenderão as tuas palavras...se calhar nunca se apaixonaram!
gostamos de ti assim mesmo "louco"
beijocas
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