sábado, 2 de junho de 2007

Quando te disser tudo

Quando te disser tudo, serei transparente e límpido como um copo de água pura.
Poderás então ver, através do meu corpo, todos os caminhos que se apresentam à tua frente,
E ainda que não lhes consigas ver o fim,
É possível que nenhum deles te traga de volta para ao pé de mim.
Mas nada disso importa, porque poderás beber essa água e matar a tua sede, em impetuosos tragos de liberdade,
Poderás sentir o vento a navegar os teus cabelos soltos, espalhando o perfume da tua pele pela nossa existência.
Não é de uma escolha que te falo, mas sim de um sentimento que perdura,
De uma força interior que me impulsiona os dias e me faz viver compulsivamente.
Quando te disser tudo, poderás perceber, finalmente, o que me traz de volta e o que me leva para perto da saudade,
E se ainda não te disse, é porque até agora não descobri as palavras certas, ou porque já me habituei à ideia da tua ausência.
Ou então, é porque anseio por reencontros marcados em bancos de jardim, nas tardes de sol de uma qualquer cidade.
Não sei, mas seja qual for o caso, no instante em que te disser tudo, estarás perante a maior e mais genuína verdade.