segunda-feira, 7 de julho de 2008

Linhas paralelas

Não apagues a luz do tempo. Quero ver-te. Quero olhar o teu corpo nu no silêncio que impossibilita o toque. Quero sentir a tua pele na distância de um espaço vazio que aumenta dentro de mim e que nos afasta, porque me empurras. Porque tens medo do escuro no caminho diferente que se apresenta à tua frente. Não tens que ter. Porque o espaço é teu e o caminho é teu e a luz do tempo não tem que ser apagada, seja dia, seja noite e as linhas que traçamos podem não ser sempre rectas, podem não ser sempre iguais, podem não ser perfeitas, mas desde a tarde em que o céu ficou mais azul, serão sempre paralelas, como todas as cores do arco-íris que um dia nos serviu de tapete voador, como as linhas de um túnel negro e sombrio que tem sempre um fim. E depois, apenas a claridade.