E depois...? Nada.
(“Deixai toda esperança, ó vós que entrais!”)
de Dante Alighieri, in “A Divina Comédia, Inferno, Canto III, 9”
As Portas do Inferno (1880-1917), de Auguste Rodin
O tempo muda...
Nuvens carregadas de ausência,
pintam o horizonte de escuridão...
Fica frio.
O medo invade os espaços.
A angústia é crescente.
O coração não sente.
A imaginação morre.
O sonho dissipa-se.
As palavras não se escrevem,
e a tinta seca na caneta.
As frases não se lêem,
e a mente definha.
Páginas em branco sucedem-se,
umas atrás das outras,
sem cor,
sem traço,
sem magia...
O universo inteiro conspira,
maquina um plano para a destruição...
Para o nada.
Para o vazio.
Para o fim.
Sem paixão,
é falso o profeta,
que fala de bonança...
Morre de cansaço,
em vão,
à espera de um amor...
O homem,
pedra fria,
nua de esperança,
não pula,
não avança,
não corre,
e perde-se na essência.
Só, inerte, sem dor.
E depois...?
Nada.
O ontem, esquecido.
O hoje, sem sentido.
E o amanhã, completamente perdido.
2 Comments:
O ontem não está esquecido.
E hoje, estamos a trabalhar para um amanhã, cheio de sentido...
Maria
... o ontem jamais será esquecido... mas no amanhã, ou seja, no hoje, fará o silêncio algum sentido...?
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