sexta-feira, 16 de maio de 2008

Mãos

São minhas...
São minhas as mãos que esperam as tuas.
Que esmurram as paredes quando não as sentem.
Porque é maior essa dor do que a de sangue a correr.
São minhas...
São minhas as mãos vazias,
Despidas, completamente nuas,
Despojadas do teu corpo, do teu ser.
São minhas as mãos que se estendem,
Que tocam a escuridão,
Que amparam a lágrima persistente,
Que se queimam no teu fogo ausente,
Porque é maior essa dor do que a de pele a arder.
São minhas...
São minhas as mãos frias,
Gretadas pelo gelo cortante,
Roídas pela saudade de cada instante,
Minutos de solidão...
Porque é maior essa dor do que a de dente a morder.
São minhas...
São minhas as mãos que anseiam por te ter aqui
Que se desdobram,
Que se desenrolam,
Que se abrem para ti.
São minhas as mãos que agarram as tuas,
Sem largar, para nunca mais as perder...