quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Admirável dor

Anseio beijar mais centímetros da tua pele de seda pura,
E respirar o oxigénio dos teus profundos suspiros de prazer libertado.
Anseio sorver num só trago, longo e demorado,
O mel que te escorre da língua,
E sentir a força dos teus braços quentes a apertar-me contra o teu peito pulsante.
Anseio admirar o teu corpo nu, prostrado sobre o leito branco, e sem que te movas,
Delinear com a ponta dos dedos, a tua silhueta esculpida a golpes de perfeição.
Anseio gravar o teu nome na minha alma despida,
E deixar correr-me no sangue o cheiro bom que dos teus poros é emanado.
Anseio que me segredes ao ouvido o que te trouxe aqui,
E que me dês a certeza de um olhar transparente e cintilante.
Anseio que me absorvas,
Que me prendas a ti!
Que me craves as unhas na carne num impulso de loucura!
Que me enlaces entre as tuas pernas!
Que deixes fluir toda a vontade de seres vida!
E que me leves à lua,
Para que as memórias deixem de ser apenas um instante,
E se transformem em imagens eternas.
Anseio que sacies a tua sede nos meus lábios húmidos de paixão
E que os mordas de desejo
Um beijo, outro beijo
Um grito de dor
Admirável dor que me rasga o peito
Um grito de Amor,
Incontrolável Amor no qual me deleito.