terça-feira, 4 de setembro de 2007

Em dias assim

É em dias assim que me refugio em lembranças.
Lembrança do teu sorriso.
Lembrança do brilho dos teus olhos.
Da tua pele, recordo o cheiro.
Dos teus lábios, relembro o toque.
Da tua boca, sinto ainda o sabor.
Lembrança do teu suspiro.
Bem junto ao meu ouvido.
Lembrança das tuas palavras.
A fluir por mim como água límpida.
Água pura e transparente.
E em todas elas encontro um perfeito sentido.
Sentido de vida.
Vida corrente.
Fresca. Água de nascente.
É em dias assim que a solidão ganha forma de saudade.
E a escuridão ganha esperança de ser luz.
Em sonhos.
Nos teus. Nos meus.
Repletos de vontade.
É em dias assim que o vazio me aperta o peito.
E dói.
Dói por não saber ser mais do que aquilo que sou.
Dói por não saber dizer mais nada.
Dói até à última lágrima contida.
Até à última lágrima não chorada.
Queria ser maior do que tudo isso.
Queria que me visses bem maior do que tudo isso.
Queria saber dar-te mais.
Muito mais.
Queria duplicar as horas e os dias.
E dar-lhes toda a luz do Sol.
Os seus raios, o seu calor.
Queria pintar o teu mundo de outras cores.
Queria dar-te a provar outros sabores.
Mostrar-te outros lugares.
Longe de todos os lugares comuns.
Outros rios, outros mares.
É em dias assim que grito o teu nome para dentro.
Esteja onde estiver.
È em dias assim que ando perdido.
Perdido em pensamentos desconexos e confusos.
Que só tu sabes ler.
Ler no meu olhar.
Que só tu sabes entender.
Mesmo sem te falar.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Debaixo da mesma pele,as mesmas emoções,os mesmos sentimentos...

Beijo

10:06 da tarde  

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