quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Pela manhã

O sono tardio da manhã leva-me à paz dos teus olhos.
De súbito encontro-me diante ti,
Num mundo que eu nunca vi…
Mas que não me é desconhecido.
Um mundo apenas... diferente.
Sorris e falas com um conforto que se revela contagiante.
Não consigo desviar o meu olhar de todas as cores que emanas, como explosões de fogo de artifício que desenham pelos céus harmoniosas formas de luz,
Estrelas que descem dos céus para me levar a passear por cima das nuvens, como uma força maior, que me conduz.
Muitas vozes nos rodeiam, mas não há ruído.
O único som que consigo distinguir no silêncio, são os teus lábios que pronunciam palavras num dialecto que nunca ouvi…
Mas que reconheço e que bebo na forma de melodiosas composições cujo eco me persiste na mente,
E que aquieta este aperto que às vezes tenho no peito, de tão amarrada que sinto uma vontade de te ter...esse aperto angustiante,
Um desejo total, insatisfeito, constante,
De te abraçar,
De te beijar...
Um oprimido impulso para chorar...
Mas não nesta manhã de raios de sol quentes e brilhantes,
Em que nada se apresenta como antes.
Só tu existes e não é preciso mais nada, para que não me volte a sentir perdido,
E o teu sorriso é muito mais do que uma imagem que recordo dos sonhos.
Pela manhã em que o sono tardio me leva à paz dos teus olhos, tudo é transparente,
Tudo é claridade...
Pela manhã, surge uma verdade:
Pertenço aqui, naturalmente.