sábado, 31 de março de 2007

Vontade de existir

Quando fecho os olhos, e reclamo da tranquilidade do escuro e da descontracção de um longo suspiro, uma resposta certa para todas as perguntas,
Encontro sempre nos contornos do teu rosto um motivo para elevar o meu espírito à vontade de me dar por completo à liberdade de ser teu
Porque a tua forma de sorrir me mostra coisas que já não me lembrava de ter visto...
Porque dos teus lábios me dizem coisas que já não me lembrava de ter ouvido...
Porque a tua ausência não é mais do que uma prova que a tua presença me faz falta para esquecer todas as formas de sentir saudade... e são muitas...
Pensei que seria apenas por um momento, e que quando abrisse de novo os olhos, toda luz estaria de volta ao meu mundo... enganei-me, porque ainda mais escureceu
E assim, dou por mim, a observar o mundo dos outros, de um lugar distante, estático perante os meus olhos, como uma pintura abstracta, na qual não encontro grande sentido
Um mundo que constantemente me fala, mas que oiço apenas a espaços, em rasgos de efémera lucidez... um mundo onde, sem ti, nem sempre existo...