quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Quando...

Quando a porta se fecha atrás de ti
E segues em direcção ao escuro da rua
Desejo, mais que tudo, ir contigo
Quando vejo os teus olhos cheios de água
E nela o reflexo de uma qualquer mágoa
Também eu choro contigo
Quando te sinto longe daqui
Bem mais longe do que a lua
Vou também, qualquer que seja o perigo
Quando ficas em silêncio profundo
Rendida à realidade do teu mundo
Tenho vontade de te levar comigo
Quando penso que já te perdi
E a coragem para te falar recua
Revolto-me contra tudo o que não te digo
Quando o teu perfil se afasta no horizonte
E fico parado, a olhar, deste lado da ponte
Pergunto a mim mesmo... porque não te sigo?
Quando recordo a primeira vez que senti
Esta imensa vontade que o tempo não atenua
De ser, nem que por instantes, o teu porto de abrigo
Algo em mim continua a crescer
Tenho uma ideia do que possa ser
Porque não pára de doer
Quando não te posso ter, aqui comigo...